Chamada de artigos aberta para o dossiê Paisagem entre teoria e boas práticas na América Latina

03/05/2022 15:27

 

Período de Submissão: 25-04-2022 a 25-07-2022

Previsão de Publicação: janeiro de 2023

Envio de artigos: cadernosnaui@gmail.com

 

Diretrizes para autores

 

 

Organizadores

João Paulo Schwerz

Doutor em planejamento urbano e Regional e Docente da UFSC

 

Vladimir Fenando Stello

Doutor em planejamento urbano e Regional e Arquiteto do ETEC Laguna⁄IPHAN-SC

Considerar a paisagem nos estudos de patrimônio não é uma postura nova, porém tratar a paisagem em sua dimensão patrimonial é bem mais recente. Ainda que já se tenha configurado um corpo teórico e até mesmo prático a respeito, o aprofundamento destes sob novos questionamentos vêm evidenciando interessantes interpretações no contexto de diferentes áreas do conhecimento.

Entendemos paisagem como um conceito integrador, que comporta instâncias concretas que compreendem as configurações do espaço, e que ao mesmo tempo envolve instâncias subjetivas, onde interatuam funções culturais, sentimentais e simbólicas, sendo mutável por meio da interação ativa e criativa destas, e por isto indissociável de um sentido temporal. A paisagem admite, sob este argumento, dimensões que são perceptivas e até mesmo políticas que influenciam simbólica e concretamente o espaço, e por isso é assumida como fundamental para a compreensão também da sociedade, já que interage na sua construção e percepção.

Admitimos, assim, que estudar a paisagem contribui para o entendimento das relações do ser humano com o espaço, possibilitando discutir padrões e paradigmas que acompanham a formação e/ ou fragmentação de identidades, assim como permitindo novas interpretações sobre práticas sociais associadas.

O desenrolar do século XX promoveu uma expressiva valorização da paisagem enquanto objeto de estudo no mundo ocidental, derivada de uma histórica trajetória vinculada, sobretudo, às artes. Ao mesmo tempo em que se populariza, a paisagem acaba por assumir, também, ampliações conceituais e abordagens práticas cada vez mais expressivas, acionando juízos de valor que ultrapassaram seus limites estéticos e disciplinares, de forma geral resultado de tensões econômicas, sociais e ideológicas, e assumindo definitivamente um status cultural.

No Brasil, e na América Latina de forma geral, o tema assume certo protagonismo mais recentemente, após superada uma associação meramente estética e evidenciadas as qualidades da paisagem como categoria de análise e até mesmo de administração territorial. Nos últimos 20 anos, assim, o crescente interesse pelo tema se multiplica academicamente em diversas frentes disciplinares, mas também concretamente em diferentes práticas de gestão do espaço que mesclam, integram e questionam seus alcances conceituais. Ainda assim, consideramos que há um enorme potencial de correlação com outras áreas do conhecimento, o que permitiria explorar com êxito novas interpretações e novas práticas atreladas à paisagem.

A presente convocatória convida e provoca pesquisadores e interessados a compartilhar estudos e experiências que reflitam criticamente e demonstrem vinculação à paisagem a partir de qualquer área do conhecimento, em quaisquer de suas dimensões conceituais ou escalares.